quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cargo vitalício por indicação é "trem da alegria"

O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Sergipe, Valmir Macedo, que estava no comando da presidência da entidade, se afastou do cargo no início desta semana por motivos de viagem. Na próxima segunda-feira, o presidente Henry Clay volta a assumir a presidência da entidade.

Segundo a assessoria de Imprensa da OAB, assim que reassumir a presidência, Henry Clay deverá convocar reunião extraordinária do Conselho Seccional da OAB para decidir quais providências devem ser tomadas sobre a escolha da lista sêxtupla, que não obteve quorum mínimo na última sexta-feira. Henry Clay retorna ao cargo depois de mais de dois meses afastado por orientação médica.

Ele foi acusado pelo advogado Edson Ulices de tumultuar o processo de eleição da OAB para a escolha do novo desembargador.

Opinião

É um absurdo que o cargo de desembargador, conselheiro e tantos outros continue sendo escolhido por critério de eleição, ou melhor, de indicação. Este é um processo de escolha antigo e injusto que deve ser reavaliado pelo Congresso Nacional. Se queres se tornar desembargador ou conselheiro que estude e faça concurso público.

Não se pode admitir que um cidadão seja escolhido para ocupar um cargo de ministro de tribunal, desembargador ou conselheiro por meio de indicação política. Será que o escolhido terá de fato independência para julgar casos que comprometam a administração ou familiares daqueles que o indicaram? Nada contra os indicados, muito pelo contrário, confiamos em sua postura ética e moral, mas totalmente contra a lei que permite a sua promoção.

Eu considero esse processo a uma espécie de "trem da alegria". A diferença desse "trem" para os demais, é que este não é clandestino, tem amparo legal. E que amparo, em?

18 comentários:

Anônimo disse...

O que disse, Paulo, é pura verdade. Nos tempos de hoje cargos dessa grandeza serem indicados politicamente, é um risco para a sociedade. O concurso é o melhor caminho.


Luiz Roberto

Anônimo disse...

Como é que eu sou indicado por fulano de tal e vou ser contra ele? Eu acho muito difícil, concurso público já para quem quer ocupar um desses cargos.



Maurício Menezes - educador

Anônimo disse...

É bom demais ser ministro de tribunal só por ter amizade com um grande político, sou advogada concursada e não concordo com isso, todos tem que passar pela prova, como eu passei.

Anônimo disse...

O concurso público deveria prevalecer para qualquer cargo desta natureza, é uma pena que ainda se usa uma lei da época da Família Real. Parabéns pelo comentário, preciso e realista.


Dr. Roosevelt Machado - psicólogo

Anônimo disse...

Concurso público é o caminho mais democrático para se chegar a um cargo público, fora isso é pura indicação. Quando é que vão mudar essa lei, Paulo? Você foi feliz em seu comentário. Muito bem.



Joana Angélica - Pereira Lobo - Aracaju.

Anônimo disse...

Um dia Paulo Sousa este nosso país muda e toma vergonha na cara. Isso aí, por exemplo, é uma falta de vergonha para a classe política, permitir que essas pessoas cheguem a este posto por indicação de políticos, é vergonha e vergonha nacional.


Dr. Daniel Almeida Júnior - Bacharel em Direito.

Anônimo disse...

É muita injustiça a pessoa chegar a ser desembargador sem ralar, só por ter amizade política. É o Brasil.



Altamiro José - servidor aposentado

Anônimo disse...

Tô me formando no ano que vem em Direito, Paulo Souza, vou tratar logo de fazer amizade com um forte político de Sergipe, quem sabe se amanhã não sou agraciado com um cargo desse.


Alexandre Amaral - estudante de Direito

Anônimo disse...

Concordo contigo Paulo, o certo é concurso pra qualquer tipo de cargo público, para a carreira de servidor público. Se assim fosse, o processo seria justo e democrático.



Simone Almeida - assistente social

Anônimo disse...

É por isso que tá essa briga feia entre advogados e OAB, é todo mundo querendo essa moleza. Por causa do cargo, perdem a ética e chegam ao extremo. Se fosse por concurso isso não estaria acontecendo.


Juarez dos Santos Batista - funcionário público

Anônimo disse...

E essa briga vai continuar, quem é que não quer um cargo desse, ganhar mais de R$ 20 mil com todas as mordomias e sem fazer esforço para passar num concurso? Assim, é bom até demais. Até eu vou fazer Direito para no futuro me aproximar de um influente político. Quem sabe se não serei ministro, desembargador ou conselheiro no futuro.



José Almeida da Silva - professor

Anônimo disse...

Esse sistema é bom pra quem tem amizade com fortes políticos, e quem não tem? A saída justa e correta é concurso público. Um tema muito bem levantado, Paulo Sousa.


Angelo Dias - estudante de Letras

Anônimo disse...

Concordo com tudo que disse, Paulo, e assino em baixo. Meus parabéns cara.


Marcos Antônio - estudante de Jornalismo.

Anônimo disse...

Em poucas palavras você disse tudo. Sua excelente opinião dispensa qualquer comentário. Valeu.


Júlio César - estudante

Anônimo disse...

Paulo Sousa, parabéns por ter a coragem de falar algo que poucos jornalistas teriam a coragem, você não agrediu ninguém, apenas falou uma verdade que a sociedade precisa saber. O que eu mais admiro em um jornalista é a sua ética, responsabilidade e compromisso com a verdade, você é um deles. Um abraço e continue sempre assim.


José Augusto Lima - professor

Anônimo disse...

Muito bem, Paulo, o que disse é pura verdade. Concordo com você sem que retire uma vírgula se quer.


André Luiz - empresário

Anônimo disse...

Concordo em número, gênero e grau com a sua opinião Paulo. Isso aí é realmente um absurdo. Pior que muitos observam tudo isso calado. Como você bem disse certa vez em seu programa de rádio, o povo precisa se rebelar.



Amilton Dantas

Anônimo disse...

Perfeito, esse pessoal tem que fazer concurso público se quiser ser conselheiro, por exemplo. Olhe no que deu a nomeação de Flávio Conceição.



Francisco José dos Santos - bancário